Como Sair Sozinha e Aproveitar Sua Própria Companhia

A ideia de passar um dia inteiro sozinha pode assustar algumas pessoas. Sair desacompanhada? Está fora de cogitação para a maioria de nós.
Aprender a como sair sozinha é algo q1ue pode ser desafiador para nós mulheres.
Como seres humanos, estamos programados para viver em sociedade. Estar junto de outras pessoas é algo natural da nossa espécie. Porém, saber aproveitar a própria companhia pode ser algo incrível e libertador.

Quantas vezes você já deixou de fazer algo que queria muito por vergonha de ir sozinha? Eu mesma já deixei de fazer muitas coisas por medo de ser julgada ou por achar que não ia “encaixar” naquele lugar estando sozinha.

Aprender a sair sozinha é, antes de tudo, um ato de amor-próprio. Não se trata de solidão, mas de liberdade. De estar confortável com quem você é, de descobrir coisas novas, e de se permitir viver pequenos prazeres — mesmo (ou especialmente) quando não há ninguém por perto.

Como superar essa dificuldade e aproveitar melhor aqueles dias sem companhia?

A primeira dica é: escolha um passeio ou uma atividade que realmente te interesse. Nada de sair por obrigação! Às vezes, damos atenção demais à lista de passeios de outras pessoas, e só porque aquela influenciadora super bem resolvida disse que adora ir a um restaurante sozinha, não quer dizer que precisamos fazer o mesmo.
No meu caso, almoçar sozinha em um restaurante não é exatamente meu programa dos sonhos.

O mais importante é se conhecer e descobrir o que realmente vai te trazer prazer.
Eu, por exemplo, amo doces — meu marido já não liga tanto. Então, nos dias em que estou só, aproveito para experimentar novas sobremesas e conhecer cafés aconchegantes. Levo um livro, meu diário ou até o tablet pra trabalhar um pouquinho. Misturo algo que eu já faria sozinha em casa com algo novo que quero experimentar.

Se você ainda não se sente confortável saindo sozinha, uma dica é começar por passeios que, mesmo acompanhada, não exigem muita interação.
Sabe aqueles momentos em que a gente passa a maior parte do tempo em silêncio? Como:

  • visitar um museu,
  • assistir a uma peça de teatro ou um filme,
  • sentar num parque bonito com um livro,
  • explorar uma livraria,
  • ou andar por uma feira de flores.

Esses momentos ajudam a nos reconectar com a gente mesma, a respirar com mais leveza, e a perceber o quanto é gostoso não depender da agenda ou da aprovação de ninguém.

Outra forma de tornar esses momentos ainda mais especiais é transformar esse tempo sozinha em um ritual de cuidado. Que tal aproveitar para montar seu próprio spa day em casa? Algo simples, com o que você já tem, mas feito com carinho, intenção e amor.
Inclusive, escrevi um artigo com várias dicas práticas para isso. Você pode ler aqui:
Como fazer um spa day econômico com produtos caseiros e maravilhosos

Como sair sozinha e ter um Encontro com o Artista que Vive em Você

E por fim — mas não menos importante — quero compartilhar uma ideia linda que conheci no livro O Caminho do Artista, da Julia Cameron: o encontro com o artista.

Trata-se de um ritual criativo semanal, um compromisso inegociável entre você e sua própria essência criativa. Uma vez por semana, você se convida para sair sozinha e fazer algo que desperte sua curiosidade, sua imaginação e a sua sensibilidade.

Esse encontro não precisa ser produtivo, não precisa ter utilidade prática, e — o mais importante — não deve envolver outras pessoas. A proposta é justamente essa: estar só, para se escutar. Sem a interferência da opinião alheia, sem se preocupar em agradar ou em compartilhar o momento nas redes sociais.
É um tempo para você se inspirar por você mesma.

Pode ser algo simples como:

  • visitar uma papelaria fofa ou uma livraria antiga,
  • andar por um bairro bonito sem rumo certo,
  • observar vitrines com calma,
  • assistir a um filme inspirador no cinema,
  • entrar em uma floricultura e observar os arranjos,
  • tomar um café num lugar novo,
  • sentar em silêncio em um templo, um parque ou uma praça.

Você não precisa “sentir vontade” ou esperar a inspiração surgir. Assim como qualquer hábito de autocuidado, o encontro com o artista é algo que você cultiva com constância. E quanto mais você se compromete com ele, mais sensível, leve e conectada com sua própria criatividade você se sente.

Julia Cameron fala que todo artista precisa de alimento criativo, e esse alimento não vem do esforço, vem da leveza — de pequenas aventuras, de experiências inusitadas, de beleza despretensiosa.

“Seu artista precisa ser levado para passear. Precisamos de uma sensação de diversão, de aventura, de um lugar onde nossa criatividade possa respirar.”
— Julia Cameron, The Artist’s Way

No fundo, o encontro com o artista é isso: um gesto de carinho com a sua alma criativa.
E quando você se permite viver esse tipo de momento — sem pressa, sem julgamentos, apenas pelo prazer de estar consigo mesma — você volta pra casa diferente. Mais inteira. Mais inspirada. Mais viva.

Catherine
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